O SINPACEL-RS colocou na frente de sua sede um banner que tem chamado a atenção de quem passa na frente da entidade sindical. O seu conteúdo relaciona alguns temas que o sindicato já há algum tempo tenta resolver com a empresa CMPC – Celulose Riograndense, problemas de alguns anos. A sociedade está acostumada a um marketing bastante positivo da CMPC, mas, nos últimos anos, a empresa de capital chileno vem adotando posturas que prejudicam seu endomarketing (marketing interno), que geram descontentamento e desconfiança de seus funcionários. Entre essas questões, destacamos as que estão listadas no banner:
- Novos funcionários com salários inferiores – A falta de divulgação de uma política salarial aos seus funcionários, sendo que a anterior não está sendo mais praticada está gerando grandes diferenças salariais dentro de uma mesma função e está passando que a ideia da empresa é de aumentar a rotatividade de algumas funções para diminuir os salários. Além disso, as promoções ficam com os valores salariais muito inferiores em que os promovidos não sabem se ou quando seus salários vão ser igualados aos funcionários mais antigos da função.
- Punição dos trabalhadores pela chamada “Gestão de Consequências” – Uma política de gestão que segundo os trabalhadores não passou por uma divulgação e interação para o entendimento dos envolvidos, que gera punições desnecessárias e prejudica o clima no ambiente de trabalho.
- Segregação do Plano de Saúde – O plano de saúde da empresa sempre foi reconhecido como um bom plano, que sempre atendeu as necessidades dos trabalhadores. Só que a política de redução de custos da empresa também chegou ao plano de saúde. A empresa alterou o sistema de internação de privativo para semi-privativo, divulgando que seria para todos os trabalhadores. Porém, na última hora, manteve privativo somente para as chefias, gerando mal estar na maioria dos trabalhadores, que se sentiram discriminados.
- Expectativa (todos no mesmo barco) X Realidade – O discurso da empresa é de que todos os funcionários têm responsabilidade para atingir as metas da empresa, já divulgou que os funcionários são heróis em adotar os protocolos sanitários para manter a produção da empresa na pandemia. Porém, a realidade é que existem diferenças nas premiações em relação às metas, pois para a maioria dos trabalhadores a recompensa é pelo PPR e a chefia pelo GPR, sendo que o maior valor em salários do PPR é comparativamente o menor valor pelo GPR, segundo informações não oficiais, pois o GPR não é registrado no Sindicato dos Trabalhadores.
- Estacionamento – Muitos trabalhadores utilizam o estacionamento da empresa, que há muito tempo vem apresentando problemas na sua estrutura, com buracos, desníveis e poças em dias de chuva, mais isso para a maioria dos trabalhadores, sendo que para a chefia existe um estacionamento mais organizado e menos problemático.
O SINPACEL-RS defende que a indústria deve ter um papel importante na economia do país, com desenvolvimento tecnológico, geração de emprego decente, salários dignos, que colaborem com o aumento da renda per capita. A indústria de celulose e papel no Brasil deve manter essa importância social e econômica, pois é um setor que tem demanda e essencial no mundo. Não pode ser administrada com os conceitos simplórios de redução de custo em cima de seus trabalhadores, que são responsáveis pela geração de riqueza e devem ser tratados como um de seus principais ativos. Em razão dessa visão, estaremos sempre cobrando das empresas diversas questões que têm esse papel de valorização dos trabalhadores, pois a vida e a economia dependem dessa valorização.
Comments